O aeródromo Marsh

Com sua pista de cascalho de 1.292 m, o Aeródromo Teniente Rodolfo Marsh Martin faz parte da estação chilena Frei, a maior da região. Estabelecido em 1980 pela Fuerza Aérea de Chile, é um dos poucos aeródromos em toda a Antártida aptos a receber aviões com rodas, mais pesados e com maior autonomia do que aeronaves sobre esquis. 

Funcionando o ano inteiro, é o único campo de pouso da ilha Rei Jorge, onde está localizada a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). Sua presença ajuda a explicar a proliferação de estações de pesquisa na região, tendo o complexo se tornado uma estrutura-chave na logística da ilha Rei Jorge e de seu entorno. Em 2013 quase 7.800 passageiros (turistas, em grande parte), em 178 operações, passaram pela pista [Contribución del Aeródromo Chileno Teniente Marsh a las Actividades Antárticas de los Administradores de Programas Antárticos Latinoamericanos (APAL), durante el año 2013. Documento DI 20, apresentado à XXV Reunión de Administradores de Programas Antárticos Latinoamericanos, realizada em Buenos Aires, em 2014 –disponível em http://www.rapal.org.ar/DOCS/INDEX.HTM].

O aeródromo possui hangar, torre de controle e um pequeno pátio de estacionamento. No verão, aviões Lockheed C-130 Hercules, DHC-6 Twin Otter e helicópteros são usados no transporte de carga e passageiros, além de garantir operações de SAR e evacuações aeromédicas (ver aqui). Durante o inverno, é mantido um Twin Otter no hangar (em 2017, também havia um helicóptero Bell 412).

Para o abastecimento da EACF, Marsh é fundamental. O Esquadrão Gordo, da Base Aérea do Galeão, é o responsável pelas missões antárticas da Força Aérea Brasileira e realiza em torno de dez vôos anuais para Marsh com seus Lockheed C-130 Hercules, sendo três a quatro deles dedicados ao lançamento de cargas, durante o inverno austral.

A curta extensão de sua pista, cuja cabeceira norte termina perto do mar, somada às condições meteorológicas instáveis do local, fazem com que Marsh seja considerada uma pista difícil, quase no limite operacional do Lockheed C-130 Hercules, aeronave comumente utilizada ali. Dois acidentes foram registrados ali: com o Hercules C-130M de prefixo 2470 da FAB em novembro de 2014 e com um CASA 235M-100 do Ejército de Chile, que ficou destruído ao pousar, em 25 de fevereiro de 1992. Em ambos os casos não houve feridos.