Estudos geotécnico-geológicos na área da futura Estação Antártica Comandante Ferraz
A investigação geológica e geotécnica do subsolo era necessária
para a execução das fundações da nova Estação Antártica Comandante Ferraz
(EACF). Esse serviço de prospecção estava originalmente incluído na primeira licitação das obras, suspensa em dezembro de 2013 para alterações técnicas e mais tarde cancelada por falta de interessados. Como naquele momento se
acreditava que a reconstrução teria início já na temporada 2014-15 (o que acabou
não ocorrendo), decidiu-se por realizar uma licitação específica para tais
estudos.
As pesquisas foram executadas
em fevereiro e março de 2014 pela construtora Linhares de Castro, de Belo Horizonte, por cerca
de R$ 1,3 milhão. Foram
obtidas as características geológico-geotécnicas, hidrogeológicas e térmicas do
sítio de implantação da nova base, por meio de furos para sondagem e testes in situ, além de inspeções visuais e de medições da
temperatura do subsolo ao longo de uma profundidade de 16,5m. Amostras coletadas foram analisadas por um laboratório de
geotecnia no Brasil, para uma caracterização do solo, camada a camada. Os resultados estão disponíveis aqui (ver "Concorrência nº 02/2014").
Os resultados obtidos nas
investigações iniciais embasaram a opção pela utilização de fundações
superficiais. Isso trouxe a necessidade de ampliar o conhecimento sobre o comportamento
geomecânico do solo gelado do local diante de alterações de temperatura,
notadamente em termos de deformabilidade e resistência. Seriam necessários
estudos adicionais, em especial ensaios
de carga em placa (Plate
Loading Test –PLT) sobre o terreno.
Uma segunda licitação das
obras da nova EACF foi organizada pela SECIRM (Secretaria da Comissão Interministerial para Recursos do Mar), e
somente em abril de 2015 a empresa chinesa CEIEC (China
National Electronics Import & Export Corporation) foi anunciada vencedora
do certame, havendo o contrato sido assinado em agosto do mesmo ano. Em outubro “equipes de engenheiros da Marinha do Brasil, da CEIEC e da Universidade Chinesa de
Tsinghua se reuniram em Pequim, na China, (...) para discutir os procedimentos
técnicos para a execução das investigações geotécnicas complementares” (https://www.marinha.mil.br/secirm/sites/www.marinha.mil.br.secirm/files/publicacoes/infocirm/2016/infocirm-abr2016.pdf, p. 7).
Os
novos estudos de geotecnia e topografia foram conduzidos entre 13 de janeiro e 13 de fevereiro de 2016. Esse
foi o início dos trabalhos de campo para a reconstrução da EACF, oportunidade
em que o pessoal da CEIEC fez o reconhecimento
do terreno, demarcando a área da futura estação. Foram as únicas
atividades relativas à construção executadas nessa temporada no local: somente no
verão 2016-17 as obras realmente começaram na Antártida.
A partir das informações geotécnicas adicionais foi possível o início
da fabricação, na China, dos elementos de aço e concreto pré-moldado que
comporiam as fundações da nova estação. Essa etapa se deu ao longo do inverno
austral de 2016, permitindo que no verão seguinte as fundações do complexo
fossem transportadas para a Antártida e lá implantadas.
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FONTES:
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